Oxegen Canals, canals, canals... The best lamb sambo ever! P1030441 Kinsale, Cork (2010) Nom nom!! ^^ Kinsale, Cork Cooooold!!!!!! Yeeeeeeey!!!

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Saint Kevin's GAA

Como vocês já sabem, eu morei numa mini vila (Staplestown) que fica a uns 15min de carro da vila mais próxima com transporte público (barato) pra Dublin.

Falei também nesse post aqui que irlandeses curtem muito esportes em geral. Então, aqui na Irlanda é fácil encontrar clubes de esportes interior adentro. Os mais populares são os clubes de futebol irlandês, hurling, futebol (como a gente conhece) e rugby (mais raro um pouco de encontrar, mas não impossível).

Pois então. 

A gente morou a 5min andando de um desses clubes, o St. Kevin's GAA. Esse é um clube rural que fica na freguesia de Staplestown/Cooleragh - sim, freguesia. O clube foi criado em 1945 (um dos fundadores foi o avô de David, inclusive) como Staplestown GFC (Gaelic Football Club) e com as cores verde, branco e dourado. Mas em 1963 o nome foi modificado para St. Kevin's GAA e as cores foram alteradas para vermelho e preto.

PAUSE!

Tá vendo? Mesmo que eu saia do país Pernambuco e fique por fora dos jogos do Sport, vem o St. Kevin's pra me lembrar que rubro-negras são as cores que abracei. 💓🖤

PLAY...

GAA significa Gaelic Athletic Association e é a organização que regulamenta os esportes irlandeses. De forma beeeeeem resumidinha, porque eu também não conheço muito (ainda). Um dia eu me adentro nesse mundo pra vocês. Por enquanto...


Futebol Gaélico - dois times de 15 jogadores, que jogam tanto com as mãos quanto com os pés
Hurling - tem semelhança com o futebol gaélico e lacrosse, mas é um esporte único... só vendo pra crer 
GAA Handball não, não é o handball que conhecemos, é tipo squash só que sem a raquete

David e o padrinho dele,
Joe, no bar
O St. Kevin's fica num terreno que foi comprado na década de 60 e o local é chamado de Parque Memorial Jack Casey (em homenagem ao avô de David, secretário do clube, devido à importância que ele teve na compra do terreno). Hoje, o clube tem três campos de futebol gaélico, um campo de futebol society (que pode ser dividido em dois), uma academia para os atletas e membros, estacionamento amplo dois vestiários, um bar, e uma quadra coberta - que também é usada como venue para eventos, e uma cozinha profissional. Além disso, eles tem 12 equipes que vão desde sub 7 até sêniors, incluindo um time de futebol gaélico exclusivo para as mamães. Ah! Tem também os times de Dardos - quem já foi lá em casa no Brasil sabe que David faz parte desse time, néam?
Ah! Quase que me esqueço! Ainda tem loto semanal e anual! Você pode apostar 2 euros e ganhar uns milzinho semanalmente. E apostar 100 euros anuais pra ganhar 10 mil euros (!). Eu e David estamos nela, é claro! Toce aí pela gente, pra gente comprar as passagens pra ir pro Brasil, vá lá!
Family Day no St. Kevin's

É coisa que só a gota, que tem lá, rapaz! 

Além de um por do sol maaaaaaravilhoso de lindo.

Tá pensando que acabou? Não acabou não, viu?

Durante o verão, eles oferecem atividades para as crianças que estão de férias. É uma semana intensa de muita brincadeira! E tem também o Family Day e as corridas de 5km beneficentes - participei de uma, quase que morro (a vergonha, 100or!). Acho massa! E tudo isso, com foco na integração da comunidade. 

Bom, esse é o St. Kevin's, em poucas linhas. Torço, vou pros jogos (sim, eu grito em português, mandando o juiz pastar)... Adooooro!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Seis coisas que eu admiro nos irlandeses

Olhaí, minha gente, eu aparecendo aqui de novo.

A montanha-russa que eu tenho vivido, viu? Tá sendo fácil, não. Mas tamo viva né? Isso que importa. Então!

Pense que tem tem umas coisas que não suporto em morar aqui. Misericórdia, dá uma gastura da gota, viu? Affff! Mas tem outras que compensam, aí eu me apaixono ainda mais por essa galera e esse país (equilíbrio é tudo, não é mesmo?)!

Vou listar aqui algumas, porque a cabeça é meio coisada, aí só vem o que ela quer, mesmo. Fica aqui o alerta de que essas são minhas observações, baseadas nas minhas vivências. É óbvio que tem um bocado de irlandês que não tá nem aí pra nada (ou quase nada) dessa lista, né? Mas no geral, é isso que eu tenho visto e que me lembro de anos atrás.

Todo mundo aqui sabe que eu moro no interior, né? Pois pronto. 
A gente veio morar num apartamento, numa vila de pouco mais de 7 mil habitantes chamada Clane, que fica a menos de 10min de carro de Staplestown. É a vila onde David trabalha e tem transporte público pra Dublin, aí a gente veio. Tem um ano, já, mas eu sou muito fuleira pra atualizar isso aqui. Fica a promessa de um post só sobre Clane.

Vamos à lista:

1. PAIXÃO POR ESPORTES

Pense num povo pra gostar de ver esporte ao vivo e na TV! Só pra vocês terem uma ideia dos esportes que eu vejo o povo aqui assistir: golfe, dardos, sinuca, corrida de cavalos, corrida de cachorros (creia!), futebol, futebol irlandês, hurling (um dia falo, num post)... Sim, minha gente, eles assistem a campeonato mundial de dardos na TV! Pelo menos os que eu conheço, viu?
Lembro do primeiro ano que David tava morando no Brasil... Domingo, dia de ficar na cama até sei lá que horas... quando tô me acordando, espreguiçando, percebo que ele não tá lá. Oi? Acordou cedo? Estranho. Aí chamei e ele:

- Peraí, rapidinho!

Fiquei feliz, pq já tava me achando, né, pensando que ia ter café da manhã na cama hehehehe. LEDO ENGANO. O bonito me chega no quarto carregando o laptop, com o olho na tela. 

- Ô menino, tu tás vendo o quê essa hora da manhã?
- É o campeonato de golfe (sei lá qual era) que tá passando e eu acordei pra ver.
- E que horas tu acordasse, pelamordi?
- Ah, umas 7 pra 8 horas.

ACORDOU PRA VER? Véi, fala sério! Quem nesse mundo acorda pra ver campeonato de golfe num domingo de manhã? Quem nesse mundo ativa um despertador pra um domingo de manhã cedo? David. David acordou pra ver o campeonato de golfe de sei lá onde.

Virei pro outro lado da cama, ouvindo um "qual o problema?"

Hoje em dia ele não faz isso, não. Com golfe. Hoje é com Futebol americano e hockey no gelo, mesmo. 👀

Mas sinceramente, agora, gente. 

Eu acho isso massa, apesar de não acordar cedo pra ver jogo (não mais... nem pelo Sport). Você entra no pub e tá passando futebol ou algum outro esporte. O daqui de perto de casa tem uma tela pra cada esporte, se duvidar. Com foco em futebol e corrida de cavalos. Isso é bom pra iniciar uma conversa com alguém que você não conhece, por exemplo. 
É massa também pra interação geral, sabe? Todo mundo se encontra no pub, as pessoas aqui dizem.
E aí o esporte é só mais um motivo pra ir pra lá (como se precisasse de um néam...). Ah! Existe uma cultura enorme de apostar, aqui, também. Lojas e lojas de aposta. Acho que isso ajuda, né?
As pessoas também se encontram para dar suporte aos clubes locais. Sim, normalmente, cada vila tem um clube, e o suporte que se dá para esportes nativos é grande. A comunidade se constroi sob três prismas, pelo que entendo, aqui no interior: igreja, pub e clube. E é no clube que as pessoas mostram que pertencem àquele lugar, sabe? Vestem a camisa, mesmo (literalmente). É massa!

Pois pronto. Pra quem gosta de esportes, vai se sentir em casa, além de aprender sobre os esportes locais. E ainda vai ter como se integrar fácil, fácil, com os nativos.

2. LEALDADE ÀS LOJAS LOCAIS

Culturalmente, as pessoas aqui (pelo menos no interior) tendem a comprar das lojas locais. É algo que não é avisado nem ensinado, quando se chega aqui. É algo que a gente vai percebendo, sabe? Eles tem muito orgulho de deixar estampado quando um produto foi feito na Irlanda. E ainda vejo campanhas e campanhas com um "buy local!Inclusive, quando a pessoa vai num pub com muita frequência, ela diz que ali é o local dela.

E faz todo sentido, gente!

A única foto q tenho
do nosso "local"

Se você decide comprar numa loja de departamentos, você tá deixando de investir na economia local, de certa forma. E aí não comprando, aquela lojinha perto da sua casa certamente vai fechar. Não só ela, mas outras por perto. Porque não vai haver clientes. Aí o que vai acontecer? O lugar onde você mora vai virar um deserto de lojas e você vai precisar percorrer distâncias maiores para conseguir o que precisa. E u ó... às vezes, ir numa loja grande nem vale o esforço e o gasto (seja de combustível, de sapato, de tempo, ou de passagem), sabe? Muitas vezes a diferença de preço nos produtos é bem pequena. 


CLARO que, se você tem o orçamento apertado vai ser melhor pro seu bolso andar ou pedalar sei lá quantos quilômetros pra economizar. E isso é ok, gente. 

Mas os irlandeses normalmente dão valor ao que tá nas redondezas, sabe? E é outra coisa que pra mim faz todo o sentido. Isso só faz aumentar o espírito comunitário, pra mim. Porque as pessoas se conhecem melhor, se tornam clientes fieis daqueles lugares. Deixa eu dar um exemplo:

Um dos nossos vizinhos vende e conserta bicicletas e tem uma lojinha. Como não temos carro, David decidiu comprar uma bike pra poder ter mais liberdade pra visitar a mãe, já que não tem ônibus daqui pra lá. Aí a gente deixava a bike dentro de casa e ele sempre comentava que queria comprar um cadeado e nunca comprava. Até que um dia a gente viu o vizinho do lado de fora e eu lembrei do cadeado. David foi lá falar com ele pra comprar um... e eis que ele deu o cadeado pra David. Isso, de graça. 0800. Ele mesmo falou:

- Ah, você comprou tanta coisa aqui (bicicleta e capacete, só, gente), que esse aí é o meu 'obrigado por ter comprado'.

Né fofo? 💚

3. PAIXÃO PELO JARDIM DE CASA

Powerscourt Gardens - Wikimedia
Powerscourt Gardens (Wikimedia)
Eu imagino que seja porque eu cresci em cidade grande e envelheci em prédio, mas a impressão que eu tenho aqui é que os irlandeses adooooram cuidar do jardim. Existem várias lojas exclusivas de plantas e artigos para jardim. E outras que são de variedades, mas que incluem decoração e móveis de jardim.
Tem cada jardim lindinho aqui, gente. E (quase) ninguém quer ficar pra trás, né, então muita gente faz manutenção do jardim com frequência.
Os jardins das praças e parques aqui, também, são lindos!
É muito comum vermos pessoas passeando pelos parques ou sentados na grama fazendo um lanche, ou lendo.
E isso nos leva ao próximo ponto: 

4. ELES SÃO BONS LEITORES 

Nossa, eu me sinto o cocô do cavalo do bandido, quando eu comparo o quanto eu leio e o quanto o povo daqui lê. Você vai sempre ver pessoas lendo nos parques e nos ônibus. E se você parar alguém na rua e perguntar se ela tá lendo um livro, é muito possível que ela responda com um sim
Assim como em todo país, existem muitas lacunas na educação de crianças e adolescentes aqui. E livros novos podem ser caros, a depender do poder aquisitivo da pessoa.
MAS, sempre tem aquele lugarzinho que salva a gente, né... 
Ô Débora, e tem sebo aí?
TEEEEEEM! 💞💞
Mas tem também as minhas lojas preferidas, onde os livros usados (ou não!) são normalmente vendidos por 1 euro cada (sim, você leu direito... 1 euro cada!)... essas lojas são os... 

5. BRECHÓS!!

A MINHA GRANDE PAIXÃO PARA SEMPRE FOREVER AND EVER!! 😍 Gente, brechós são tudo nessa vida!

Aqui são chamados de charity shops e normalmente estão ligados a alguma ONG. São amigos do meio ambiente, são baratinhos (aqui são), tem muita coisa boa de comprar (e muito brebote também), e às vezes, inclusive, tem produtos novos na caixa/lacre/etiqueta. Nem vou me prolongar muito por aqui... quero só dizer que se você vai a Dublin, garanta uma manhã ou uma tarde subindo da Georges Street South atéééé a Camdem Street. Tem muitos brechós nessa rua, com muita coisa boa e barata (livros, sapatos, roupas, acessórios, móveis, decoração etc etc). 
Inclusive, aqui na vila, eu fui voluntária da charity shop. É uma instituição que dá suporte a pessoas cegas e com baixa visão. Chama-se NCBI (National Council for the Blind of Ireland) e tem duas lojas: uma de roupas (amooo!) e outra de móveis e decoração (adoooro!). 
Só tem coisa boa em comprar em brechó, né? Vamo combinar.

6. RESPEITO PELO ESPAÇO DO OUTRO

Olhe, se tem uma coisa que me deixava encacetada com o povo no Brasil era a mania de não respeitar o espaço da pessoa.
Na verdade, quem me atentou mais pra isso foi David, quando foi morar no Brasil. Ele sempre se incomodava muito com as pessoas tão próximas e tão 'físicas' na hora de conversar. Não, ele não é nem um pouco fresco. Mas ele não está errado, na minha opinião. E o fato de eu ter trabalhado próxima a estadunidenses também me deixou atenta. Véi... Se você não conhece ou conhece pouco a pessoa com quem está falando, é preciso manter distância, minha gente. É questão de senso, não de cultura. Daí eu ia comprar pão e ficava com um ódio infinito da pessoa atrás de mim na fila do pagamento. A pessoa sempre ficava praticamente cheirando meu cangote na hora que eu ia pagar. Já cheguei até a parar o que eu estava fazendo e perguntar à pessoa se ela pagaria o que eu tinha pego, porque se ela tava tão próxima assim, é porque queria pagar o meu.
Enfim. Irlandeses tem esse senso de distanciamento. Não tão forte como o povo dos EUA/CAN, mas o suficiente pra eu me sentir confortável. E sinceramente, me faz conviver bem melhor com as pessoas.


Bom, é isso. Um dia eu faço uma lista com coisas que me dão agonia nos irlandeses.

domingo, 5 de maio de 2019

Um mês, depois de 10 anos

Eu já me sinto uma adulta, atualizando esse blog aqui sempre... hahahahaha!

Então... Esse fim de semana fez um mês que a gente saiu de Recife. Pensei em tanta coisa pra postar aqui, mas tudo foge à mente quando, de fato, pego no celular/laptop pra escrever. Afff.


Mas acho que vale listar aqui algumas re-impressões e re-lembranças, depois de 10 anos que eu set foot (pisei) pela primeira vez aqui:

- batata É a comida base dos irlandeses. Não teve um dia que eu não tenha comido o tubérculo por aqui, e acho dificil deixar de comer de forma natural;

- o mature cheddar daqui é quase o mesmo sabor do queijo do reino. É muito bom comer queijo do reino quase todo dia, porque é baratinho e nem tem aquele óleo todo de fora do queijo do reino... 😍

- o bacon que se come aqui (que chamam de rashers) é infinitamente mais gostoso do que o bacon americano (em tira). Bacon heaven [do céu], de verdade! Obviamente, lá se vai qualquer possibilidade de emagrecimento;

- é real: bateu 16, 17 graus? (às vezes até menos), você tá querendo usar short/camiseta/chinela. É incrível - e maravilhoso - como o corpo se adapta a novas temperaturas. Hoje mesmo, tava 7° e eu tava do lado de fora de camisa (me movimentando, claro... ahahaha mas tava!); 

- Dublin tá linda, como sempre (mas suja como nunca);


- o verde daqui não tem igual, na vera. é absurdo o tom desse verde... queria muito poder tirar uma foto que transmitisse isso, mas não tenho uma câmera de respeito, nem sei mexer ahahahah.. quando você vier por aqui, vai poder ver ao vivo;


- o vento [ainda] parece que rasga sua pele quando bate. Pode estar a temperatura que tiver, o vento gelado vai estar presente, invariavelmente... como aqui, ó:


- em muitas casas, existem duas torneiras: uma pra água quente (pelando) e outra pra água fria (congelando). Pra quê duas torneiras? Só Jesus sabe. Eu tenho a impressão de que é resquício de quando se tampava o ralo e se enchia a pia, saca? Mas o que eu sei mesmo é que pra lavar as mãos, você tem que ser ninja: dá aquela molhada de leve com a água gelada que sai primeiro da torneira quente, passa sabão e volta pra torneira quente (que já vai estar menos gelada). Aí tira o sabão com a água morninha-já ficando quente. Só não me vai demorar, porque senão queima as bendita mão tudo, viu? É coisa de 5 segundos;


- muita gente aqui dá valor a voucher. Eles podem vir pelo correio, por e-mail (se você se inscrever), atrás da nota fiscal, ou usando os cartões fidelidade das lojas. E olha... galera fica olhando com cara feia que nem no Brasil não, viu? eles até oferecem, se alguém deixou passar antes de você;


- a pele fica ressecada e meia com a temperatura baixa e banho de água quente. Escamosa, mesmo... dá uma agonia danada. E tome hidratante pra tentar amenizar. Mas aí vai você passar hidratante na pele tendo acabado de sair do banho quentinho e se enxugando num banheiro frio de lascar. Tudo que você quer é botar a roupa o mais rápido que puder, pra manter o quentinho do banho no couro. O hidratante? Eita...;


- em compensação, os cabelos.. aimeudeus, quero nunca mais temperatura alta neles! Os meus enrolaram mais ainda por aqui. Mas pense num moído pra ajeitar! Porque não rola tomar banho de água fria aqui só pra lavá-los, né? Aí eu tive que adaptar, isto é... lavo com a água o menos quente possível e quando vou fazer o cronograma, enxáguo só os cabelos com água fria na banheira.É um processo, mas como ainda tô adaptando, né, é possível que eu encontre uma forma melhor em breve [pessoas? dicas? ajuda?]

Parte das impressões são sobre comida. Morando onde eu tô, não tem muita opção, né. 

Quer dizer, tem:


Check!
= caminhar pela estrada (isso é algo que se vê muuuito interior adentro. Se você for andar pela estrada, sempre ande com os carros na direção que você está andando. Nas curvas, troque de lado - acho que é isso... sempre me confundo hehehe)

O por do sol de ontem,
chegando no St. Kevin's

= dar uma volta no cemitério, ou ir à missa no domingo (chance zero);





Smithwick's, a melhor cerveja
em linha reta


= ir ao pub beber (chance pequena, já que a contenção de despesas é alta - mas é uma chance real, uma vez que é o único lugar aqui que dá pra se 'divertir' indo a pé)




Deixa o dardo pro namorado

= ir pro pub jogar dardos, sinuca, ou assistir a jogo no telão (ou os três ao mesmo tempo, por que não?) 







Ah, St. Kevin's? Explico em outro post. ❤💓

Mas vamo aí, né? Vamo pro segundo mês. Xêro!

terça-feira, 30 de abril de 2019

De volta

É. Tamo por aqui.

Não só no blog, mas no país. Isso... e dessa vez, viemos pra ficar.


[a vista do quintal]

A viagem foi bem mais confortável que as outras, acho que porque não viemos na econômica (executiva também não, que ninguém é rico aqui). E a diferença de preço nem é muita.

O (quase) primeiro mês foi bem calmo, sem nenhuma surpresa, boa ou má. É... nenhuma história hilária ou triste... mas elas chegarão... afinal de contas, é minha vida, né? hehehe.

Estamos morando inicialmente no county Kildare, numa vilazinha de umas 100 pessoas. É, você leu certo: 100. Todo mundo conhece todo mundo, sabe de tudo da vida de todo mundo - e quando não sabe, fica conjecturando, etc, etc.

Por enquanto a vida tá calma. Às vezes, até demais. A gente até estranha, porque quando tá tudo muito calmo, é porque vem alguma coisa por aí... né? Mas vamo aproveitar, por enquanto.



[aproveitando a grama do quintal
num dia de sol]
Ir pra Dublin tem sido meio desafiador, porque aqui não tem transporte público. É, tem que dirigir até Maynooth, cidade mais próxima que tem uma linha - barata - que vai pra capital, isto é... 15km de carro pra chegar numa parada de ônibus. 

Em termos de distância, de Staplestown, onde tô, pra Maynooth, é como se fosse do Marco Zero pra ponte do Janga. Aí de Maynooth, pega o ônibus e chega ao centro de Dublin em mais ou menos 1 hora. Mas quem me conhece sabe que eu não dirijo, né. Aí dependo da bondade e caridade de quem o faz, pra me levar e ir me buscar. Quem me conhece mais ainda, sabe que vai ser difícil eu pedir pra fazerem isso por mim (só David hihihi).

É babado, mô-fí.

A saudade é grande, também, claro. Não é porque é a que gente decide sair do nosso país que não sente nada, sabe? São sentimentos mistos. 


Logo menos teremos novidades, e esperamos que boas. Torce aí, beleza?

quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

As nuvens não eram de algodão...

O título desse post foi criado em 2011, o ano que eu voltei da Irlanda para o Brasil, sem entender muito os porquês e sabendo que as coisas quase nunca seguem do jeito que a gente planeja.

Mas as razões vão se configurando à medida que o tempo passa. E eu precisava, mesmo, desse tempo. Eu só não sabia disso, na época.

Entre 29 de outubro de 2011 e hoje, muita água rolou por debaixo da ponte. Muita.

  • Saí da sala de aula (mas ainda tô trabalhando com Educação)
  • Perdi minha avó Liá
  • David foi ao Brasil pela primeira vez
  • Voltei a morar só (dividindo apê com a minha parea de sempre, Lavínia)
  • Fui madrinha de Marla e Ben
  • David veio morar no Brasil
  • Meu pai fez uma cirurgia delicada
  • Minha mãe teve um infarto silencioso e sobreviveu (eita mulher da po**a!)
  • Viajei 
  • Brinquei carnavais (casa de Olinda, vocês são os melhores!)
  • Bebi
  • Dancei
  • Gargalhei
  • Abracei
  • Beijei [David, naturalmente]
  • Fiz novas amizades (Lis, Dany, Kari, Jullie, Lígia, Rô, Serafa etc etc etc)
  • Redescobri velhas amizades
  • Fui a casamentos
  • Fui madrinha de Tatá e Rô - suas lindas
Enfim, teve mais um montão de coisa...

A vida é orgânica.

Se tem uma coisa que eu aprendi nessas andanças todas é que se você olhar só pra frente, pode estar perdendo uma vista linda, bem do seu lado. Oportunidades surgem e, sendo boas, você tem mais é que aproveitar. O melhor de tudo isso é saber que a gente sempre pode voltar. 

E é isso que vamos fazer em breve. Voltar





As nuvens? Aprendi que elas podem ser do que a gente quiser.

domingo, 7 de agosto de 2011

Minha volta temporária pra casa, em 2010.

Escrevi esse texto quando estava no aeroporto de Guarulhos, esperando meu voo pra Recife. Nem sei por que nunca postei... =P

Às 11 da manhã o sino da St. Patrick’s Church bateu.

Eu e Lavínia saímos de casa e decidimos pegar um táxi, porque àquela hora, se pegássemos um ônibus não daria tempo. Claro que alguém tinha de esquecer alguma coisa... e eu esqueci. Voltei em casa, catei rápido e voltei pra rua.

Dublin é uma cidade em que os taxistas fazem protesto pra os governantes não darem mais licenças para novos táxis. É uma cidade que se você parar numa esquina dessas qualquer e observar o tráfego, vai perceber que passam mais táxis que carros comuns. Os táxis que passavam estavam seeeeempre ocupados. Até que surgiu o do Liam [não, não é o Gallagher do Oasis.. rsrs], irlandês cabeça laranja que nos levou até o aeroporto.

Empolgadíssima e sem ter dormido quase nada na noite anterior, fui com Lavis até o balcão de check-in da Ibéria. Fechado. Ninguém. Nada. Nem uma alma pra informar algo. Calma, vamo lá no outro balcão da empresa... talvez eles saibam, né?

Sabem nada. O homenzinho lá queria comer em vez de atender a gente. Daí disse pra gente ir ao escritório da empresa, do outro lado do aeroporto. Ainda bem que o aeroporto de Dublin é pequeno em comparação a alguns outros...

- Oi, eu remarquei meu voo em agosto pra hoje, mas tá tudo fechado... sabe dizer alguma coisa?
- ... ... ... Bom, esse voo foi adiado pra amanhã. Você não foi informada?
- Não. Se eu tivesse recebido informação, não estaria aqui. Agora eu peguei táxi, gastei dinheiro, me organizei pra ir hoje...
- Olha, tem um voo pela AerLingus pra Madrid às 16h15.
Eram 12 horas. Meio dia. Depois de conversar, negociar e garantir que eu passaria com uma mochilona e uma bolsa com o laptop e, além disso, que pegaria os outros voos [madrid-guarulhos-recife], resolvi ir.
- Débora, tu já tás aqui mesmo... é melhor ir nesse voo mesmo.
- É mesmo, Lalá... vai, moça, me bota nesse voo aí mesmo...

E assim foi. Comemos, conversamos, nos despedimos... essas coisas...
E fui toda serelepe pra receber meu dinheirinho de volta dos produtos eletrônicos que havia comprado.

- Se você receber esse dinheiro, não vai poder voltar pra Europa dentro do prazo de um ano.
- Oi?
- É... você não pode receber esse imposto pago de volta. A não ser que você passe um ano sem pisar em solo europeu.
- Ah, tá... obrigada, viu, moça...

E tome esperar... entrei mais cedo pelo portão de embarque SÓ por causa desse dinheirinho...
Depois de um bocaaaado de tempo:

- Atenção senhores passageiros do voo tal com destino a Madrid, informamos que o voo sofreu atraso devido a um problema na turbina. Daremos mais informações às 16h45.

Às 18h de Dublin eu consegui sentar na poltrona do primeiro avião. Às 22h10 de Madrid [21h10 em Dublin] eu consegui sair da poltrona do primeiro avião. Voo Madrid-Guarulhos marcado para fechar os portões de embarque às 23h35. Tempo suficiente. Mas não para quem está no aeroporto Barajas, de Madrid. Aquilo não é um aeroporto... é uma cidade inteira!

Anda, anda, anda... pega ônibus. Quase 10 minutos dentro do ônibus, chego no terminal correto. 
Anda, anda, anda... passa pela polícia, raios-x e tudo que está incluso.
Anda, anda, anda... anda, anda, anda... anda, anda, anda... chego num salão com duas portinhas abertas e dois homens checando os passaportes. Espero na fila interminável, recebo meu carimbo.
Ando, ando, ando... subo escada, desço escada... acho que as setinhas indicativas dos portões de embarque são o suficientes. Ledo engano. Vooooooooolto e pergunto à mocinha. Eu estava certa, mas era só andar mais... o portão fica no fim do corredor.
Acho o portão. Lotaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaado de brasileiro e gringo... claro. Tentaram organizar a fila, sem sucesso. Uma demora sem fim pra fazer as 300 pessoas [mais ou menos] embarcarem e se acomodarem. Resultado? Voo atrasado.

Dez horas depois, o querido piloto avisa que o avião deverá pousar com 40 minutos de atraso devido aos controladores de voo.

Fico zanzando no aeroporto de guarulhos e finalmente encontro o guichê da TAM. Pego meu cartão de embarque e fico pronta pra esperar mais ou menos umas 5 horas até embarcar.

- Moça, quanto é se eu quiser conectar a internet?
- No seu computador ou no nosso?
- Qual a diferença?
- No seu fica 7 reais a hora, no nosso, 20.
- O quê? 20 reais uma hora de internet???? Olhe, sou tão viciada assim não, viu? Xau!

Zanzando no aeroporto, tenho a impressão de ver um amigo que nunca vi pessoalmente, mas que disse que não poderia ir me ver porque estaria trabalhando no dia. Olhei as tatuagens, procurei a caveira do pescoço, não achei. Então não deve ser ele. E saí de perto.

Esperando uma vida pra embarcar. Claro, voo Guarulhos-Recife atrasado. Quarenta minutos, no mínimo. Durante esse tempo, o arrependimento de não ter falado o nome do amigo, pra ver se aquele rapaz olhava... se olhasse e risse, era ele né? Bah... deixa pra próxima, se é que vai haver...

E o pior: não tem internet grátis em aeroporto nenhum do mundo! Que caos!
Finalmente, o voo pra casa.

Cheguei em pedacinhos, mas feliz e chorosa, por ter encontrado os meus.. =)